terça-feira, 15 de setembro de 2009


Internet, não confie.

O MSN não é nada confiável, assim como não é confiável nenhum tipo de comunicação, desde pombo-correio até as criptografadas pelo Pentágono. Voltemos ao nosso MSN. Na tela do computador do senhor X apareceu a seguinte MSG, enviada por um hacker: "amor, gostaria de ser despertado por você". No computador destinatário, o marido do amor do hacker leu a mensagem e respondeu o seguinte: "Estarei aí cedinho, toda folgosa, meu taradão". Tá confuso, caro leitor? Não está, não. Quem leu essa resposta não foi o sujeito que a enviou, lógico, foi a mulher do .... isso mesmo, de um cara que, vocês verão, está inocente, pelo menos nessa história. A mulher, que já desconfiava do marido, vigilante noturno, colocou o velho despertador para tocar na madruga e partiu às quatro horas da manhã de Japeri à Central do Brasil; de lá, num metrô para Copacabana.
O marido da suposta amante do vigilante – gosto de tudo explicadinho, nem me importo com a assonância – também fez o mesmo, num ramal diferente, no de Deodoro, mas os destinos de ambos era a Princesinha do Mar. O marido de uma não conhecia a mulher do outro. Chegaram praticamente juntos ao prédio onde funciona um shopping de luxo, isso por volta das seis da manhã, e ainda bateram um papinho na chegada. Depois, aproveitaram que vários funcionários entravam no prédio àquela hora e foram na carona. Cada um sabia exatamente o que ia fazer: dar um flagra no cônjuge. Só que isso não aconteceu, e não aconteceu porque o MSN não é confiável. O vigilante estava mesmo roncando, mas a suposta amante não estava e nem estivera ali.
Marido traído e mulher desconfiada falaram quase que ao mesmo tempo. “Cadê a minha Mulher?” “Cadê aquela vagabunda?” De um sobressalto, o pobre do guarda pulou do beliche. “Mas do que vocês estão falando?” Contada e recontada a história, ao pobre do guarda só restou dizer que nunca havia ligado um computador na vida, e quem possuía MSN era a mulher dele, e que estava no prédio desde às 18 horas do dia anterior, e vigia não tem direito nem a televisão, menos ainda à internet. A própria mulher confirmou, abobalhada, sem se dar conta que o MSN fora hackeado.”Sendo assim, onde trabalha a Fátima?” Quis saber o marido da Fátima. “Sétimo.”
Sabia que não ia adiantar muito – eu sabia, caro leitor, não o marido da Fátima ou qualquer um deles – pois os três perderam um tempo tremendo naquele papo-furado. No sétimo andar, Xande, PhD em ciência da computação, teve café na cama e música do rei Roberto Carlos.

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