domingo, 29 de maio de 2011

Where are you from?


Uma vez na Inglaterra, não deixaria passar a oportunidade de me arriscar num Inglês solo. Afinal, teria que valer para alguma coisa as minhas aulas há uma semana antes de viajar. Era obrigação me virar pelo menos no básico. Mas o problema é que eu não sabia qual era o básico em Londres, só sabia o básico no Brasil. Ninguém perguntaria o meu nome, nem diria “nice to meet you, too”, até então a única reposta que eu daria sem vacilar. Mas como aquela gente toda nunca mais me veria, por que dentro de uma semana já estaria de volta ao Brasil, resolvi sair do hotel com o mapa e a tradutora no bolso. Eu sabia o mais importante: o endereço do hotel e que a poucos metros estava o Hyde Park, para onde eu desejava ir. Eu já estava na Park Street, caminhei uns 50 metros e parei em frente a um loja de antiguidades e perguntei a um senhor que estava na porta, como eu chegaria ao Hyder Park. O homem mandou-me dobrar à direita e seguir em frente, direto. Agradeci no meu Inglês e segui o caminho. Uns dez metros depois olhei para trás, para ver se o senhor me seguia com os olhos. Ele havia entrado. Dei um sorriso, e um grito ecoou dentro de mim: eu havia entendido perfeitamente a informação dada em inglês, sem pedir para repetir ou falar mais devagar, e ele havia entendido a minha pergunta de primeira. Queria provar da experiência novamente. Só não podia me arriscar a ficar distante do parque, sequer perguntaria por ele, pois estava logo à minha frente. Abri o mapa e verifiquei que a rua paralela a que eu estava se chamava Wood´s Mews. Na minha direção estava vindo uma senhora com um York Shire preso à corrente. Ela mandou que eu dobrasse a esquerda na Duraven Street, a Wood´s Mews fazia esquina com ela. A impressão que eu tinha é que aprenderia o idioma naquele quarteirão. Estava me sentindo muito confiante, ia sair perguntando, e, quem sabe, arriscar uma conversa. Ouvi dizer que o inglês adora falar sobre o tempo, principalmente quando não está chovendo. E assim eu fiz. Já ia andar o quarteirão pela terceira vez quando a polícia me parou. Alguns moradores haviam me denunciado. Também, o que eu queria, só pela embaixada brasileira na Green St, eu passara umas três vezes. Mas o melhor disso tudo foi que o básico do básico me foi exigido pelo policial. A primeira coisa que ele me perguntou foi de onde eu era, em seguida o meu nome. No final ganhei uma companhia até ao Hyde Park e mais algumas lições grátis.