quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Meus poemas


Esses poemas
Meus dilemas
Tristes temas
Mas poemas

Esses poemas
Como algemas
Dores extremas
Mais poemas

Esses poemas
Presos à pele , meus emblemas
Como a força da alfazema
Demais poemas

domingo, 8 de novembro de 2009

Como Timbaúba conquistou uma das mulheres mais bonitas do Brasil






Só acreditei porque vi as fotos e os negativos, mesmo assim, pedi a um amigo do Instituto Carlos Éboli para verificar se não eram falsos, o que abalou a nossa amizade. Foi assim:
Segundo Timbaúba, ele estava tranquilo no escritório, num sábado ensolarado de primavera, quando uma espécie de princesa, meio perdida, tentava abrir a porta de vidro. Nesse dia ele dispensara a secretária, aguardava a hora de pegar a filha no cinema. Sabia de cara que a visita não era para ele, a moça havia se enganado de sala, certamente. Mesmo assim, foi até à porta, que possui esses vidros que só permitem a visão a partir da parte interna, e abriu-a. Sem que a moça pudesse esboçar qualquer reação, tacou-lhe um beijão de boca, Ela, lógico, ficou espantada e revoltada, nessa ordem. O diálogo, vou transcrevê-lo:
_ Olhe aqui... seu...seu .... desaforado, sem graça, nojento, esbravejou.
_ Pelo jeito, você se enganou de sala; e eu, de namorada, retrucou, calmamente o jovem e sedutor Timbaúba.
_Você pensa que eu acredito nisso, idiota, cretino, palhaço, sem graça.
_ Tem todo o direito do mundo de duvidar, de estar aborrecida, chateada, zangada, mas não pode me chamar de nojento e nem de cretino, só agora a reconheci. Te peço mil desculpas. Não sou nojento, sou até simpático e um profissional bem sucedido. Tenho entre os meus clientes vários amigos seus, como por exemplo fulana, sicrano e beltrano, que, aliás, jpa foi seu diretor numa das novelas.
_ Isso não muda a minha opinião a seu respeito. Quer saber do mais, fui, passar bem.
_Mas você não disse o que procurava, posso te ajudar e, caso duvide da minha sinceridade, venha ver a foto da minha namorada, verá que realmente ela se parece demais com você.
Nem eu, como já disse, acreditaria, mas a moça entrou no escritório. Acho que para tirar mesmo a dúvida, porque se houvesse alguém parecida com ela, certamente estaria entre as mais bonitas e não seria desconhecida, com certeza. Ou foi só curiosidade. O que isso importa, não estou aqui para analisar o universo feminino, não me atrevo.
Timbaúba era mesmo um pândego. A foto que ele mostrou em nada se parecia com a moça, nem havia como isso ser possível. Esta não teve outro jeito a não ser cair na gargalhada, tudo que o nosso amigo desejava.
_Aqui, por hoje chega. Não estou mais aborrecida contigo, esquece que me viu. Até nunca mais.
_Como é possível esquecê-la? Hoje eu fui o sujeito mais feliz do mundo, embora o beijo tenha sido roubado.
_Ah! Então nem namorada você tem. Você é uma piada, no meu trabalho deve haver uma vaga pra você.
_Pode até ir embora, mas me diga somente uma coisa: o beijo, você gostou do beijo?
O nosso herói só foi saber da resposta uma semana depois, quando a moça reapareceu no escritório. Se ela gostou do beijo? Disso não duvido.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Praia da Ilha - Arraial do Cabo/RJ


Foto de J. Conde

O bêbado e a passageira


As sua viagens eram quase sempre longas e de ônibus. Tinha pavor de avião e não sabia dirigir. Funcionário público federal, fora transferido para o Pará. Duas vezes no ano ia ao Recife visitar parentes. Para aguentar a viagem, segundo o próprio, só mesmo com uma mulher bonita ao lado. Para conseguir tal proeza, uma semana antes da viagem, ele começava a frequentar o terminal. Passava horas proximo ao guichê da Viação Itapemirim, a observar se alguma moça desacompanhada - e bonita - comprava um bilhete para o Recife. Se isso acontecesse, ele compraria a poltrona ao lado dela.
Num sábado à tarde, arrumou as malas e resolveu viajar com qualquer companhia, pois se esperasse mais alguns dias poderia passar as férias na rodoviária. Comprou a poltrona 17 e ficou por ali, próximo ao guichê, ainda com esperança de uma companhia feminina, queria saber quem compraria a dezoito. Minutos depois, uma senhora muito idosa, tossindo bastante, aproximou-se da bilheteria e comprou a 18. A velha era meio surda, pois o vendedor teve que lhe informar a plataforma de partida várias vezes. Era meio cega também, porque pediu ao nosso colega Timbaúba para ler o horário escrito no bilhete. Pelo visto não confiava no vendedor. Como o ônibus só sairia dentro de duas horas, a anciã deixou a rodoviária, talvez para pegar as malas.
Mal a idosa saiu, Timbaúba correu para o guichê e pediu pelo amor de Deus para trocar a passagem. Mas já era tarde, todas haviam sido vendidas. Devolver não podia. "Trocar, só com outro passageiro." Explicou o atendente. Ficou desconsolado. Encarar dois dias de ônibus ao lado de uma velha caquética seria demais para ele. Sem solução, Tímbaúba entrou no primeiro bar e começou a encher a cara até ficar de porre de não se aguentar em pé. Para embarcar precisou da ajuda de outros passageiros.
Na hora da partida, da sua janela, com o pouco que ainda lhe restava de sobriedade, Timbaúba viu a velhinha acenando para o ônibus, já em movimento. Jogando-se sobre ele, uma linda morena respondia aos acenos. Segundo os passageiros, nem tacacá misturado ao açaí teria curado mais rápido o porre do Timba,