quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Maquinal



Agora precisamos do Orkut para sermos lembrados
Do MSN para conversar
De um Blog pra nos vermos
O jornal é digital
O livro é virtual
Adeus ao sexo $#%#!#@

Ao sexo &%$#@
Até ao sexo normal
A qualquer tipo de sexo
Sexo, agora, é pela TV
Sem direito a VT
A música que ouço agora
Não é instrumental
É qualquer coisa nada musical
O que escrevo é qualquer coisa desprovida
De qualquer tipo de sentimento positivo
É frio
Amargo
Rancoroso
Maquinal
Retrato desse momento
Ainda chegará o dia
Que direi para a máquina:
Estou triste
Sai um poema alexandrino
Com quatorze versos
A máquina pedirá a senha
Em seguida dirá, com voz metálica, nasalada:
“Para sonetos digite três.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário