quarta-feira, 21 de julho de 2010


A pergunta pegou-me de surpresa.O medo da resposta errada era a companhia do Santiago, sujeito deveras chato. Qualquer das minhas respostas poderia brindar-me com a presença dele por eternas horas. Sabia que ele estava sem carro, confessou-me isso durante a audiência. Ele não faria mais nada o resto da tarde, isso significava que poderia ir ou ficar em qualquer lugar, até mesmo num bar ou numa igreja, mas iria mesmo puxar conversa comigo. Da última vez eu menti e acabamos parando numa peixaria, por sorte não havia filé de hadock e eu não quis levar nenhum outro peixe. Arrisquei: “Santiago, preciso ficar sozinho, a audiência foi muito cansativa, preciso de um momento de reflexão”. “Como assim cansativa”, perguntou-me.”Esqueceu que fizemos um excelente acordo, o meu cliente aceitou todas as exigências do seu cliente?” “Pois é, pra você ver, isso raramente acontece, é algo fora do senso comum, merece uma meditação”.

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